Nos últimos dias o deputado estadual Eduardo Botelho passou a criticar o agronegócio pela inércia em ajudar neste momento de pandemia. Gostaria de um posicionamento sobre a situação?

De fato temos vividos dias extremamente angustiantes. Temos visto as mortes se acumularem e já são mais de 8500 mato-grossenses  que perderam a vida, com UTIs lotadas e com fila para conseguir vagas. Assim, é muito natural que os representantes da sociedade busquem apoio no setor privado e, como o agro é o setor que impulsiona o Estado, eu entendo que o Deputado busque compartilhar sua angústia pedindo o nosso apoio. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o agro não tem sido alheio aos acontecimentos e muita coisa vem sendo feita.

De que forma o agronegócio vem contribuindo, cite as ações?

Desde o começo da pandemia temos visto ações diversas tanto de produtores quanto de instituições ligadas ao setor agro. Desde o começo o setor se posicionou com a doação de máscaras, equipamentos diversos de proteção individual, testes, insumos laboratoriais, álcool gel, cestas básicas e alimentos em geral e, mais recentemente, com cilindros de oxigênio.

Acontece que em cada fase da pandemia o setor é chamado a ajudar de alguma maneira. No primeiro momento foram as máscaras. Todo mundo deve se lembrar da movimentação que ocorreu naquele momento. Para se ter uma ideia, só a AMPA (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão) doou mais de 1 milhão de máscaras. E fez doação de muito mais coisas.

Com relação às cestas básicas, este problema não passa despercebido pelo setor, além de diversas ações pontuais de produtores por todo o Estado, a APROSMAT (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso) tem feito doação de cestas básicas para famílias carentes de Cuiabá e baixada cuiabana. A ACRIMAT (Associação dos Criadores do Estado de Mato Grosso) e a ACRISMAT (Associação de Criadores de Suínos do Estado de Mato Grosso) já faziam doações de alimentos e ampliaram os trabalhos em virtude da pandemia. E ainda tem um sem-fim de ações pontuais, como a de um produtor, que perdeu o pai em decorrência da covid-19, e resolveu fazer uma cruzada em prol da alimentação da população e já doou centenas de cestas básicas para a população carente. Esse caso chegou até ser notícia de jornal.

Nos últimos dias o novo problema surgido foi a escassez de cilindros de oxigênio, que motivou uma campanha organizada pela Assembleia Legislativa em conjunto com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. Iniciou-se uma campanha para a compra e doação de 200 cilindros. O Fórum Agro MT foi chamado a participar e contribuiu com o projeto fazendo a aquisição de 46 cilindros, a quantidade que estava faltando para fechar o lote pretendido de 200.

Sempre que chamado a contribuir o setor se mostrou pronto. Seja pelas instituições que o compõe, seja por meio de ações de produtores e grupos empresariais. Agora mesmo está acontecendo uma campanha para a arrecadação de fundos para aquisição de alimentos pela Associação Braseiro com o projeto “AMAR MITA – a quentinha do bem”. Inclusive, quem puder ajudar, entre em contato pelo Instagram @festivalbraseiro.

Como o setor vê este momento e o que ainda pode ser feito?

O Poder Público é o principal norteador das ações e nós acreditamos nos trabalhos que vem sendo realizados. Mas o que há de mais importante é cuidar das medidas sanitárias para impedir a circulação do vírus e proteger a população. O que nós temos feito são ações de apoio às pessoas, mas sabemos isso é só um complemento, é um alento para as pessoas que estão em dificuldades. O que precisa ser feito é, sobretudo, diminuir o alto número de casos diários para que desafoguem os hospitais. Para isso, acreditamos na importância da vacinação.

Em relação a vacinação no Estado, o agronegócio pode contribuir de alguma forma, por exemplo no auxílio ao Governo e municípios para aquisição de imunizante?

No que diz respeito à aquisição, aparentemente o problema que existe hoje não é a falta de recursos, mas a falta de vacinas. Existe uma demanda que as indústrias não conseguem atender. Então, o setor do agronegócio prontamente se dispôs a auxiliar com a disponibilização dos laboratórios de vacinas animais para ajudar na fabricação das anti-covid. Acreditamos que podemos ajudar também em ações locais e isso já está em discussão pelo Fórum Agro MT juntamente com a FIEMT.

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